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A volta ao mundo em 5 museus (sem sair de casa)

Mesmo antes da pandemia de Covid-19, muitos museus pelo mundo já haviam começado um trabalho minucioso de digitalização de seu acervo e até mesmo de seus prédios. Um bom exemplo disso é o Museu do Ipiranga, que iniciou um projeto de restauração e modernização em 2013. 

Em um processo que durou 9 anos, foi utilizada uma tecnologia que aliou drones e scanners a laser para digitalizar cada centímetro dos 123 metros de comprimento e 16 de altura do Museu do Ipiranga, além do jardim e de outras áreas próximas. Esse “museu gêmeo digital”, além de servir para o planejamento da restauração, ainda foi usado para oferecer às pessoas a possibilidade de uma imersão digital em 360º. 

Desde 2020, foram desenvolvidos módulos para o ambiente virtual 3D, que permitem a visita virtual ao edifício e seu jardim, incluindo as salas expositivas e a interação com o acervo. Também foram criados jogos virtuais de estratégia ambientados no “museu gêmeo digital”. Um deles é o M.I.D.– Museu do Ipiranga em Defesa! Neste jogo, um robô do futuro quer invadir o museu. Para impedi-lo, o jogador precisa resolver uma série de desafios que envolve conhecer a história e o acervo da instituição. Em outro jogo, é apresentado um conjunto de quebra-cabeças virtuais com as obras de arte do acervo.

Essa tecnologia permite encurtar distâncias e explorar novos espaços com diferentes propostas artísticas, estéticas e culturais. Conheça outros 4 museus pelo mundo que você pode fazer uma visita imersiva sem sair de casa:

A Casa de Anne Frank (Amsterdã, Holanda): Museu dedicado à memória de Anne Frank e instalado no edifício onde ela, sua família e outras quatro pessoas judias permaneceram escondidas nos anos da ocupação nazista, durante a Segunda Guerra Mundial (1939 – 1945). Pelo site da instituição, o visitante pode caminhar pelos corredores do lugar e entrar no espaço onde Anne passou dois anos da sua vida e escreveu o seu diário. Além disso, o site traz todas as informações sobre a vida e o legado da menina, que viveu apenas 15 anos, mas se tornou uma das mais importantes personalidades mundiais da luta contra o autoritarismo.

Museu de Shanghai (Shanghai, China): Fundado em 1952, é um dos mais importantes museus da China. Seu foco é na preservação da história da arte da China Antiga, mas também conta com obras ocidentais e modernas em seu acervo. Pelo site, é possível fazer um tour virtual bastante imersivo em diversos espaços do museu e, além de contemplar o acervo e as mostras temporárias, é possível ouvir a música ambiente do local. Com um clique sobre a obra, o visitante recebe informações sobre ela e seu autor. Para facilitar a navegação, é apresentado um mapa do museu, em formatos 2D e 3D, para que o usuário possa escolher o local por onde deseja caminhar. Outra forma de escolha de visitação oferecida é a partir de uma lista de mostras que possuem versão virtual.

Museu Solomon R. Guggenheim (Nova Iorque, EUA): Um dos mais conhecidos museus pelo mundo, o Guggenheim é a casa de uma importante coleção de arte moderna adquirida pelo seu fundador (que empresta o nome à instituição) e sua sobrinha Peggy Guggenheim, no começo do século 20. O acervo, de incalculável valor artístico e monetário, conta com obras de artistas como Picasso, Kandinsky, Miró, Manet, Pollock etc. O tour virtual neste museu é diferente dos demais desta lista. Aqui só é possível visitações virtuais de turmas de estudantes, que podem ser solicitadas pela escola ou por um professor. Estas visitas precisam ser agendadas pelo site e são guiadas pelo time de educadores do Guggenheim. Para as escolas de Nova Iorque, o agendamento é gratuito. Para escolas de outras cidades e outros países, custa 150 dólares cada visita.

Museu do Holocausto de Melbourne (Melbourne, Austrália): Foi criado em 1984 por sobreviventes da perseguição nazista durante a Segunda Guerra Mundial. Além de poder percorrer todos os espaços do pequeno prédio, o visitante ainda pode clicar em algumas fotos e cartas e ouvir ou ver depoimentos gravados pelos próprios sobreviventes. A proposta do museu é promover uma discussão sobre antissemitismo, racismo e perseguição, partindo das histórias contadas pelas vítimas destes crimes.

Autor: Cleyton Boson

* Conteúdo produzido e editado pelo Porvir

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