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Museu na escola ajuda estudantes a entender o passado e imaginar o futuro do espaço educativo

Uma viagem no tempo: primeiro para o passado, depois para o futuro. Estudar a história do espaço educativo e imaginar o que está por vir por meio de uma visita ao museu na escola e de uma mostra criativa foram as maneiras escolhidas para celebrar o centenário do Colégio Imperatriz Leopoldina (CIL), em São Paulo. 

Depois de aprender sobre a trajetória e os marcos do colégio nestes 100 anos de funcionamento, a turma do 1º ano do ensino fundamental imaginou como seria o futuro do CIL, no ano de 2123. Carros voadores e mochilas que vão sozinhas para a sala de aula, sem a necessidade de serem carregadas, estavam entre as ideias que os alunos tiveram. Mais do que idealizar, durante o processo eles construíram maquetes de suas ideias e, ao final, apresentaram para as famílias.

Os professores aproveitaram uma proposta lúdica de Aprendizagem Criativa, o chamado micromundo, e juntaram-no ao contexto local. O micromundo trabalhado era “Construindo a Cidade do Futuro”, enquanto a escola destacava sua jornada centenária. “Nas formações da Aprendizagem Criativa, ficou sempre muito claro que não é para fazer um projeto engessado. Passamos o ano todo estudando o percurso de 100 anos do CIL, e foi lógico fazer o link com uma proposta imaginando os 100 anos adiante”, conta Soraia Mansano, coordenadora pedagógica.

Acervo: Faber-Castell

A importância de um museu na escola

O Colégio Imperatriz Leopoldina tem um museu, com mobiliários, cadernos e uniformes usados ao longo de sua história. A partir de uma visita ao local, os estudantes foram convidados a reparar em tudo o que mudou. Depois da visita, as professoras passaram um vídeo para as crianças que as fez mergulhar no mundo da imaginação. Gravado por amigos da professora de artes, um ator fez as vezes de um suposto professor vindo do futuro. Ele contava que a escola tinha desaparecido e pedia ajuda para reconstruí-la. 

Para a coordenadora, quando o lúdico e a fantasia entram como parte integrante da escola, as crianças respondem positivamente com muito engajamento. “Inventamos ainda um amuleto: para entrar na sala onde fariam o trabalho, eles tinham que colocar aquele amuleto. Era só uma pulseirinha, mas foi incrível como eles ficaram na expectativa, super curiosos”, relata. Para conseguirem o “amuleto”, os estudantes tiveram de fazer uma caça ao tesouro.

Com as crianças imersas na proposta, foi hora de fazê-las imaginar e trabalhar para construir uma escola e os arredores dela em 2123. “Primeiro, elas fazem a ideação e colocam o que pensam num desenho. Em outro momento, eles constroem”, conta a professora Rafaella Amaral de Queiroga sobre o processo. Em geral, usam materiais reciclados, tintas, colas e papéis. Segundo Rafaella, todas as etapas foram muito proveitosas. “A Aprendizagem Criativa prioriza o trabalho em equipe, a resolução de problemas, a pesquisa e o debate entre as crianças”, acredita a professora.

Acervo: Faber-Castell

Futuro em exposição

Ao final do projeto, o mundo fantástico criado pelos alunos chegou até as famílias, que viram o resultado em uma exposição da Mostra de Conhecimento. “Eles customizaram uma peça de roupa para ser o uniforme do futuro, e vieram vestidos no dia da apresentação. Usamos tinta neon e instalamos uma luz negra na escola. As crianças brilharam, também literalmente”, orgulha-se.

“A Aprendizagem Criativa prioriza o trabalho em equipe, a resolução de problemas, a pesquisa e o debate entre as crianças.”

O projeto foi tão encantador que outras pessoas da escola quiseram fazer parte, como foi o caso da professora de artes visuais, Leila Monteiro, que pediu para participar. “Eu estava finalizando um outro projeto com as turmas do 1º ano e elas começaram a falar muito da cidade e da escola do futuro, faziam desenhos sobre o tema, estavam super interessadas. Perguntei para a coordenadora e, como estava no meu planejamento uma proposta em 3D, veio a calhar”, conta.

Houve uma divisão de “tarefas” e, nas aulas de artes, o desafio foi construir um veículo que levaria as crianças para a escola em 100 anos – a parte da escola em si e dos seus arredores já estava sendo feita com as professoras titulares. Para os alunos, porém, foi uma oportunidade de multiplicar experiências, não importando de qual disciplina se tratava. “A busca por um trabalho interdisciplinar é uma busca constante da educação atual. Eu já tinha feito trabalhos com música e com educação física, e agora pude trazer mais uma vez as artes visuais para conversar com outros conhecimentos”, conclui Leila.

Autora: Luciana Alvarez

*Conteúdo produzido e editado pelo Porvir

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